terça-feira, 26 de julho de 2011

Rio Claro vai adotar programa de uso responsável da energia elétrica

MGX Gestão de Energia

Fonte: Canal Rio Claro - 23.07.2011
São Paulo - Rio Claro prepara-se para compor o pequeno grupo de quatro cidades paulistas a implantarem em suas prefeituras o projeto de Gestão Energética Municipal (GEM), que está contemplado no programa de Eficiência Energética da Elektro e conta com a retaguarda do Ibam – Instituto Brasileiro de Administração Municipal.

A adesão do município ao programa foi acertada em reunião realizada na última sexta-feira, 22, no Paço Municipal. Participaram do encontro o prefeito Du Altimari, o secretário municipal de Finanças, Japyr Pimentel Porto, o responsável da Elektro no município, José Tirapelli, o consultor para uso de energia do Ibam, Jair Antonio Bressan, Evando Romanini, da Gerência de Eficiência Energética da Elektro, e Lucas Rafacho, técnico da referida gerência.

O GEM objetiva reduzir o custo real da energia na administração pública municipal, orientar os funcionários sobre como obter economia com iluminação e aparelhos de ar condicionado, e tem o propósito de influir na mudança de políticas públicas, postulando o desenvolvimento de toda uma cultura que privilegie o uso racional da energia elétrica e enfatize as práticas de responsabilidade social.

Além de Rio Claro, o programa pioneiro está sendo aplicado nas cidades de Araras, São João da Boa Vista e Tatuí. Segundo Bressan, do Ibam, essas serão as quatro únicas cidades do estado de São Paulo que adotarão o GEM.

Estudos do Ibam indicam que, com a aplicação correta do programa e o envolvimento de todos os agentes e parceiros, é possível reduzir em 10% o gasto de energia, percentual que representa uma economia considerável para o município, mas que, no entanto, tem uma implicação muito mais profunda quando se atenta para a mudança de hábitos que tende a provocar.

Na avaliação do prefeito Du Altimari, a economia gerada pelo programa é um grande incentivo para a adesão do município ao GEM. Ele, todavia, observa que é o "ganho ambiental, o que se pode auferir com a mudança de mentalidade, que devem ser levados em conta”. Há alguns anos, segundo o prefeito, “essas discussões já desencadeavam debates acalorados, mas a passagem do tempo, o avanço nas transformações climáticas e os problemas que decorreram da exploração irresponsável da natureza exigem que a comunidade em geral e o gestor público passem, de fato, a ter uma atitude proativa, consciente e responsável com a vida que nos cerca.”

O comprometimento da Elektro com a causa, numa atitude estritamente voltada à responsabilidade social, também mereceu observações elogiosas do prefeito de Rio Claro. “É uma satisfação ver essa mobilização, essa disposição de repensar o presente e preparar o futuro acreditando numa sociedade partícipe, que se irmane ao poder público e ao setor privado para reescrever a história da relação homem-natureza baseada em princípios éticos, na preservação das riquezas ambientais”, assinalou.

A perspectiva da prefeitura é lançar oficialmente o programa GEM no início de agosto. Caberá ao município estruturar e montar a Unidade de Gestão Energética Municipal, indicar os servidores municipais para serem treinados na metodologia prevista pelo programa e liberar acesso a internet para os treinamentos técnicos.

Adotado o programa, este será desenvolvido ao longo de 11 meses, aproximadamente, explica Bressan. O Ibam viabilizará o treinamento e fará o acompanhamento do programa até sua conclusão, no primeiro semestre de 2012.

Desperdício de recursos naturais está disseminado no governo, diz TCU

MGX Gestão de Energia

Fonte: CorreaNeto - 20.07.2011

Brasil - No dia em que a Agência Nacional de Águas (ANA) divulgou a constatação da piora na qualidade da água no país, um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que o desperdício de recursos naturais está disseminado no governo. Não há racionalidade no consumo de luz, papel e água, segundo pesquisa realizada com 71 dos 77 órgãos federais, entre eles os ministérios do Meio Ambiente, da Justiça e do Planejamento, além de autarquias como a própria ANA.

O TCU analisou medidas da administração federal para reduzir o consumo próprio de papel, energia elétrica e água. E constatou que, apenas com eletricidade, seria possível economizar anualmente R$ 240 milhões com medidas simples, como a instalação de interruptores em cada sala ou a diminuição no uso do ar condicionado. O valor equivale ao orçamento de pastas como a do Esporte.

Durante a pesquisa, o TCU deparou-se com situações esdrúxulas no Ministério do Meio Ambiente, que pagava pela iluminação pública nos arredores do prédio da Esplanada. “O fato somente foi descoberto com o acompanhamento diário do relógio de medição, no qual verificou-se que o consumo nos fins de semana não se alterava significativamente em relação aos dias úteis, apesar de não haver expediente”, consta do relatório de 55 páginas do tribunal.

Segundo dados apresentados, o governo gastou em 2009, último dado disponível, R$ 1,2 bilhão com contas de luz, um aumento de 10%, descontada a inflação, na comparação com 2008. “Existe um potencial de redução de consumo a partir da adoção de medidas de eficiência energética da ordem de 20%”, indica o relatório. Com água, foram gastos R$ 307 milhões em 2009, contra R$ 304 milhões no ano anterior. Sobre o consumo de papel, o TCU verificou que apenas 3% das instituições pesquisadas implementam medidas de uso racional do produto — não há como mensurar a despesa, porque o item é incluído genericamente como material de escritório nos orçamentos dos órgãos.

O TCU considerou, inclusive, que a falta de ações de sustentabilidade contrasta com a meta de redução de R$ 50 bilhões no Orçamento deste ano. “Não há um direcionamento claro do governo federal de que o tema (uso racional) deve ser tratado como prioridade. A ação ou inação dos órgãos não gera repercussões.”

A Corte sugere que o Ministério do Planejamento se responsabilize pela boa prática no consumo de água, luz e papel. Além disso, recomendou ao Meio Ambiente e à Eletrobras retomar iniciativas a fim de implantar o Projeto Eficiência na Esplanada dos Ministérios, que anda a passos lentos no governo. “Os prédios da Esplanada, em grande número, apresentam deficiências estruturais que contribuem para o desperdício de recursos públicos, além de comprometer a segurança física e ambiental”, apontou o relatório.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Supermercado recolherá lâmpadas fluorescentes

MGX Gestão de Energia 

Fonte: DgABC - 18.07.2011
São Paulo - O consumidor que desejar descartar suas lâmpadas fluorescentes usadas, de forma ambientalmente correta, pode levá-las até o supermercado. A rede Pão de Açúcar, em parceria com a concessionária de energia AES Eletropaulo, fará o recolhimento de lâmpadas em sete lojas entre os dias 19 a 31 de julho.

As lâmpadas serão recolhidas pela empresa especializada Tramppo, que realiza descontaminação de lâmpadas fluorescentes. Os resíduos gerados no processo - mercúrio, pó fosfórico, vidro, alumínio - são destinados à indústria, para serem reaproveitados como matéria-prima.

Segundo Lígia Korkes, gerente de sustentabilidade da rede Pão de Açúcar, a iniciativa de recolher as lâmpadas atende a uma demanda do consumidor, mas esbarra no alto custo da destinação correta desse material, que varia de R$ 1 a R$ 2 por lâmpada.

"Estamos conversando com os fabricantes de lâmpadas para ter coletores em todas as lojas, de forma permanente", diz Lígia. A relação de lojas que terão postos de recolhimento das lâmpadas pode ser consultada em www.paodeacucarverde.com.br. No período que durar a ação, as lâmpadas econômicas serão vendidas nas lojas da rede com até 40% de desconto.

As lâmpadas fluorescentes são um dos tipos de resíduos que devem ganhar um sistema de recolhimento em todo o país, de acordo com a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em dezembro do ano passado.

domingo, 17 de julho de 2011

Eletrobras Furnas: um bom modelo de eficiência energética

MGX Gestão de Energia 

Empresa adota sistema de iluminação com reatores dimerizáveis, endereçáveis e que controlam à distância a intensidade luminosa das lâmpadas. Projeto gerou economia de 55% no consumo de energia

Furnas adota solução eco-system que
permite controlar intensidade de
iluminação das lâmpadas
Matheus Gagliano, para o Procel Info

A Eletrobras Furnas está cumprindo com sua parte em tornar seu consumo de energia mais racional. Com um investimento de R$ 194 mil, a empresa implantou um inovador projeto de iluminação eficiente com o qual os funcionários podem reduzir a intensidade da luminosidade da lâmpada. A solução foi implantada no prédio do Projeto Prisma – um programa de capacitação de funcionários da própria estatal, que funciona na sede da empresa em Botafogo, no Rio de Janeiro. Lá as pessoas têm a opção de reduzir de 10% a 100% a luminosidade, conforme suas necessidades ou gostos.

Segundo o engenheiro Alexandre Reis, da Assessoria de Estudos e Programas de Conservação de Energia da estatal, com esse projeto foi possível uma economia de 55% no consumo. “A gente consegue variar a intensidade da luminosidade de 10% a 100% de cada lâmpada. Elas têm um código similar a um IP e isso possibilita uma infinidade de cenários de cada vez”, explicou. Para tornar a proposta uma realidade, ele contou que foi necessária a substituição de 200 luminárias do local.

Ainda de acordo com o engenheiro, esse mecanismo conta com a tecnologia eco-system, que ao tornar mais eficiente o gasto, reduz também os custos com a conta de luz. O projeto de iluminação de Furnas foi apresentado durante o VII Congresso Brasileiro de Conservação de Energia, em São Paulo. Segundo o assistente de Assessoria de Estudos e Programas de Furnas, Alcibíades Maciel, a proposta foi bem aceita pelo público e muitas companhias mostraram interesse no projeto, inclusive com a ideia de implantá-lo em suas respectivas sedes.

Uma das empresas que se interessou foi a Companhia Energética de Brasília (CEB). A distribuidora da capital federal quis conhecer mais de perto o projeto, contou Reis. De acordo com ele, a CEB levou a ideia e implantou o sistema de iluminação na sede do Ministério de Minas e Energia (MME), em Brasília, e deverá também fazer o mesmo em sua própria sede.
A Eletrobras Furnas pretende agora ampliar este projeto com uma novidade: um sensor que identifica a quantidade de luz natural que está entrando na sala

Reis explicou como funciona o mecanismo: trata-se de reatores dimerizáveis, endereçáveis e que controlam à distância as lâmpadas. Cada uma delas conta com um código de identificação, semelhante aos usados nas redes de computadores, os chamados IPs. De acordo com o engenheiro, a Eletrobras Furnas pretende agora ampliar este projeto com uma novidade: um sensor que identifica a quantidade de luz natural que está entrando na sala. A partir da leitura desse mecanismo, a luz artificial irá compensar o que falta. Assim, a luz solar dá sua contribuição para que caia ainda mais o consumo de energia.

“Quando está de dia, a iluminação automaticamente fica mais baixa, gastando menos energia”, ressaltou o engenheiro. O mecanismo já funciona na sala da própria na Assessoria de Estudos e Programas de Conservação de Energia da empresa para avaliação, e, após este período de pesquisa, deverá ser instalado nas demais salas da sede da Eletrobras Furnas.

Desde 2000, a Eletrobras Furnas já procura aliar a eficiência energética com a viabilidade econômica. Assim, a empresa deu início ao seu primeiro projeto de conservação de energia. Graças a este programa, a companhia conseguiu economizar 73% da energia gasta com iluminação, que resultou em uma queda de 23% na conta de eletricidade.

Hospital do Recife ganha sistema que usa energia solar para aquecer água

MGX Gestão de Energia

Fonte: Pe360Graus - 07.07.2011
Pernambuco - Foi inaugurado na tarde de quinta-feira, 7 de julho, no Hospital Infantil Maria Lucinda, no Parnamirim, um novo sistema de aquecimento de água, através de placas solares. A mudança deve render uma economia de mais de 10% na conta de energia da instituição.

A iniciativa é uma parceria com a Celpe, que fez a substituição dos chuveiros elétricos do pavilhão São José, setor responsável pelo atendimento de cirurgia geral e clínica médica, e instalou placas solares para o aquecimento do banho dos pacientes.

A presidente da instituição, Givanete Henrique Almeida, revela que a procura pela instalação das placas partiu da Sociedade dos Amigos do Hospital Infantil Maria Lucinda (Sahima), grupo de voluntários que vai em busca de auxílio financeiro e organizam eventos durante o ano inteiro no Hospital.

As voluntárias do Sahima fizeram a proposta à Celpe, que avaliou se o pedido se enquadrava dentro do Programa de Eficiência Energética, campanha desenvolvida pela companhia para reduzir o consumo e, consequentemente, os gastos de instituições filantrópicas.

Segundo o presidente da Celpe, Luiz Antônio Ciarlini, a ideia é que a companhia prossiga com o auxílio ao hospital, orientando sobre o uso correto dos equipamentos e apontando as instituições que vão fazer a devida manutenção.

O Hospital Maria Lucinda presta atendimento clínico gratuito a crianças e adolescentes e é mantido por meio de doações e da receita dos serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Na instituição, são realizadas por dia de 35 a 40 cirurgias e os atendimentos ambulatoriais ficam na faixa de 500 diariamente.

Hospital Infantil Maria Lucinda ganha aquecimento solar da água

MGX Gestão de Energia

Fonte: Pernambuco.com - 07.07.2011
Pernambuco - O Hospital Infantil Maria Lucinda, no Parnamirim, ganhou na quinta-feira, dia 7, o novo sistema de aquecimento de água doce. A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) substituiu 12 chuveiros elétricos do Pavilhão São José e instalou placas solares para o aquecimento do banho dos pacientes, redução de consumo e economia na conta de energia. A estimativa é que a economia chegue a 12,3%.

Os equipamentos foram adquiridos e instalados por meio do Programa de Eficiência Energética da companhia. Em fevereiro, a Celpe doou e instalou no hospital um sistema completo de aquecimento solar de água. O Hospital Maria Lucinda presta atendimento clínico gratuito a crianças e adolescentes e é mantido por meio de doações e da receita dos serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Projeto semelhante foi executado, também este ano, no Abrigo Cristo Redentor, em Jaboatão dos Guararapes. Os 24 chuveiros da instituição foram trocados por outros com água aquecida pelas placas solares. As obras foram entregues em abril e representaram investimentos da Celpe de R$ 205 mil.

No Hospital Barão de Lucena foi realizada a modernização do sistema de refrigeração de ar, com a troca de 171 aparelhos. A redução no consumo de energia foi estimada em 24%. A substituição dos condicionadores de ar foi também realizada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, onde 159 equipamentos foram trocados e isso resultou numa economia de 10% no consumo mensal de eletricidade.

Instituições como o Hospital Geral de Prazeres e o Instituto Federal de Pernambuco, no Recife, além dos hospitais Regional de Arcoverde, em Acorverde, e Jesus de Nazareno, em Caruaru, também receberam ações de eficiência energética. Para este ano, a intenção é tornar eficientes as instalações do Ibama, Policlínica Amaury Coutinho, na Campina do Barreto, Reitoria da Universidade de Pernambuco (UPE), Fundação de Aposentadorias e Pensões do Estado de Pernambuco (Funape) e o prédio da Fusam, no bairro da Boa Vista.

sábado, 16 de julho de 2011

José Anibal, do FNSE: eficiência energética, um tema prioritário

30.06.11
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Governos estaduais estão mapeando ações na área para conhecer necessidades regionais e definir metas de eficiência energética

José Aníbal, do FNSE: "a eficiência
energética é um importante vetor
do planejamento energético"
Carolina Medeiros, do Procel Info

O assunto eficiência energética não será restrito mais, em pouco tempo, à atuação do governo federal. O Fórum Nacional de Secretários de Estados para Assuntos de Energia (FNSE) colocou a eficiência energética como um dos temas prioritários de sua agenda. Eles estão fazendo, no momento, um mapeamento de ações na área para identificar as necessidades regionais e, assim definir metas a serem atingidas por cada estado.

"Dessa forma, se estabelece de que forma o Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf) pode ser operacionalizado para que esses resultados sejam alcançados", afirmou José Anibal, presidente do FNSE e secretario de Energia do Estado de São Paulo, em entrevista exclusiva ao Portal Procel Info. Ele adiantou que os estados vão propor metas intermediárias para os anos anteriores a 2030.

"Precisamos descobrir formas de adequar a Lei 8.666, para que os estados e os municípios possam atuar melhor na questão da eficiência energética em suas próprias instalações", observou Anibal, para quem a Lei das Licitações é um impeditivo. O secretario disse ainda que a eficiência energética ainda não tem o tratamento que merece. Veja abaixo a entrevista de José Anibal ao Portal Procel Info:

Portal Procel Info - O Fórum de Secretários tem uma agenda para o período 2011/2013 a qual inclui a Eficiência Energética?
José Anibal - Sim. A Eficiência Energética é um importante vetor do planejamento energético porque é a "fonte de suprimento" mais barata, que menos polui o meio ambiente e que gera empregos permanentes.

O Fórum está fazendo um mapeamento de ações no que tange ao tema da eficiência energética nos estados para conhecer as diversas necessidades regionais, e, assim, definir em conjunto metas para serem atingidas por cada Unidade da federação. Dessa forma, se estabelece de que forma o Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf) pode ser operacionalizado para que esses resultados sejam alcançados.

Portal Procel Info - Quais ações o Fórum pretende propor ou adotar nessa linha da eficiência energética?

José Anibal - Pretendemos propor metas intermediárias e acompanharmos os resultados em anos anteriores ao horizonte 2030. Precisamos descobrir formas de adequar a Lei 8.666, para que os estados e os municípios possam atuar melhor na questão da eficiência energética em suas próprias instalações.

Essa lei é um impeditivo para isso porque eles têm dificuldades financeiras para investir em eficiência energética. Isto poderia ser resolvido com contratos de performance, no entanto, isto se torna juridicamente impossível de ser aplicado no setor público.

Precisamos descobrir formas de os bancos oficiais terem linhas de financiamento para ações de eficiência energética em empresas de médio e pequeno porte, pois hoje só existem para as grandes. O FNSE quer participar efetivamente da operacionalização do PNEf, da definição das metas anteriores ao cenário 2030, assim como na destinação dos recursos.

Portal Procel Info - Qual avaliação pode ser feita da eficiência energética no País hoje? O que poderia mudar?
José Anibal - Atualmente, a questão da eficiência energética ainda não tem o tratamento que merece. O PNEf, em seu diagnóstico, revela essa afirmação e pretende melhorar esse tratamento do ponto de vista governamental.

Já temos um programa, o Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), que produziu bons resultados, mas está restrito à eficiência elétrica. O programa que trata de combustíveis, o CONPET, praticamente está voltado para as unidades da Petrobrás e precisa ter a mesma amplitude que o Procel. Do ponto de vista governamental, com a integração desses dois grandes veículos é que teríamos, realmente, a eficiência energética.

Outro fator relevante está nos recursos que pagamos nas contas de energia elétrica e que devem obrigatoriamente ser utilizados pelas concessionárias em programas de eficiência energética. Porém, hoje, eles estão muito direcionados para os programas de baixa renda. No entanto, o governo não pode e não deve fazer tudo sozinho. É preciso massificar as informações sobre os resultados já obtidos e estimular e capacitar empresas para que trabalhem com eficiência energética ao usar contratos de performance, em uma relação direta com o consumidor de energia.

Portal Procel Info - Como o Fórum avalia o Plano Nacional de Eficiência Energética?

José Anibal - O PNEf tem um bom diagnóstico e metas estabelecidas, mas os meios de alcançá-las ainda não estão bem definidos. A maior parcela de responsabilidade no Plano cabe à indústria, mas os 40% de participação propostos referem-se apenas à eletricidade. Nesse segmento, quase 80% da energia consumida vem dos processos termodinâmicos, com o uso de combustíveis e o Plano passa à margem.
"A Lei 8.666, de Licitações, é um impeditivo para, pois os estados têm dificuldades financeiras para investir em eficiência energética. Isto poderia ser resolvido com contratos de performance, no entanto, isto se torna juridicamente impossível de ser aplicado no setor público"

Da forma que está não teremos eficiência energética, mas apenas eficiência elétrica. Os setores comercial e de serviços também merecem maior atenção. O aproveitamento da energia solar integrada com o gás natural precisa ganhar mais atenção, não só com os processos fototérmicos para aquecimento da água, mas desde já a geração de energia descentralizada, com o uso dos processos fotovoltaicos e o emprego da tecnologia dos smart grid.

Portal Procel Info - No âmbito estadual, o que pode ser feito para aumentar a conservação de energia?
José Anibal - A prática efetiva da eficiência energética em toda a sua cadeia, do suprimento ao uso final, corresponde à melhoria da eficiência nos processos e equipamentos, pois consiste em utilizar menos energia para obter a mesma quantidade de valor energético, bem como à utilização racional ou inteligente da energia.

Trata-se da forma mais estruturada e barata de aumentarmos a oferta de energia para contribuir ao constante aumento do suprimento frente às fortes pressões no lado da demanda, bem como é um poderoso instrumento para a mitigação da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera de forma a contribuir para um desenvolvimento sustentável.

Nesse contexto, a nova Secretaria de Energia do Estado de São Paulo, criada no governo Geraldo Alckmin para cuidar das questões energéticas relativas ao Estado de São Paulo, iniciou 2011 com um objetivo ambicioso na questão da eficiência energética, o qual visa promover a eficiência energética como alternativa econômica e ambientalmente correta para o aumento da oferta de energia.

Para alcançar esse objetivo, buscou-se a formação de uma massa crítica relevante por meio de um Conselho Estadual de Política Energética (CEPE), criado em março, cuja finalidade é assessorar o Poder Executivo na formulação das políticas de energia do Estado de São Paulo. Desse conselho deriva o Comitê Técnico “Conservação, Eficiência e Racionamento de Energia”, que tem a função de estudar e propor políticas públicas que efetivamente promovam a eficiência energética e o uso inteligente da energia no estado de São Paulo.

Procel Info - Quais ações para atingir estes objetivos?

José Aníbal - Para operacionalizar as ações necessárias de forma que as políticas públicas propostas sejam efetivamente viabilizadas, foi instaurada a Diretoria de Eficiência Energética na estrutura funcional da Secretaria de Energia. Sua abrangência está balizada no uso inteligente da energia e em ações amplas e pertinentes para cada segmento de consumo (residencial, industrial, comercial e poder público), ou mais especificamente:

- elaboração de campanhas educativas permanentes direcionadas ao público em geral sobre o uso inteligente dos recursos com a finalidade de criar uma cultura proativa de combate ao desperdício;

- promoção e estímulo de ações voltadas ao segmento de interesse social, como o segmento de Baixa Renda;

- inclusão do tema “Uso Inteligente dos Recursos e Impactos Ambientas” nas escolas de ensino fundamental de todo o Estado;

- inclusão da disciplina “Eficiência Energética” na grade curricular das escolas do Centro Paula Souza (Instituição paulista de ensino profissional de excelência que administra Escolas Técnicas - ETEC´s e Faculdades de Tecnologia - FATEC´s em 155 municípios) e nas demais escolas de ensino médio e superior das redes públicas e privadas, com a finalidade de formar profissionais que possam desenvolver trabalhos de gestão da energia tanto na indústria, quanto no comércio;

- implantação da Gestão Energética nas Unidades do Poder Público Estadual, voltada ao uso racional dos recursos, com o intuito de dar “exemplo” à sociedade de como podem ser adotadas boas práticas de governança.

- Todas essas ações, dentre outras, estão em consonância com as diretrizes estabelecidas na Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) e no Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf).

Começa a ser implantado no TCM o Programa de “Eficiência Energética” da AES-Eletropaulo

MGX Gestão de Energia

Fonte: TCMSP - 28.06.2011
São Paulo - Como parte das obras de recuperação e modernização da infraestrutura física do TCM, idealizadas pelo presidente Edson Simões, teve início no último dia 13, a implantação do programa de “Eficiência Energética” da AES Eletropaulo, resultado de um convênio firmado com a concessionária de energia elétrica em dezembro de 2010.

A ideia do convênio surgiu durante as negociações em várias reuniões durante o ano de 2010 entre o vice-presidente Roberto Di Nardo e o presidente Britaldo Soares – da AES Eletropaulo - com o presidente Edson Simões, para acertar o ressarcimento de um prejuízo causado por uma sobrecarga elétrica ocorrida em fevereiro de 2009, quando houve queda de um cabo de alta tensão na entrada do edifício anexo I, onde funciona a Escola de Contas do Tribunal, o que resultou na queima geral da parte elétrica do prédio. A AES Eletropaulo restituiu 334 mil ao TCM.

O Programa de Eficiência Energética prevê  uma redução no consumo de energia em torno de 30%, o que representará para o Tribunal uma economia de mais 60 mil reais por ano, além de proporcionar ao ambiente de trabalho e aos funcionários um nível de luminosidade mais adequado.

Segundo o presidente Edson Simões “o convênio firmado entre o TCM e a Eletropaulo – sem nenhum custo para o Tribunal, prevê uma redução no consumo de energia em mais de 30%, o que representará para o Tribunal uma economia de mais 60 mil reais por ano, além de proporcionar aos funcionários do órgão um ambiente de trabalho mais iluminado e confortável”.

Na avaliação de Manuel Vitor do Santos, engenheiro do TCM e responsável pela fiscalização da obra e acompanhamento do projeto, os servidores poderão sentir imediatamente a diferença entre a luminosidade apresentada pelo antigo sistema e o atual, “o novo projeto utiliza uma tecnologia moderna, em conformidade com as normas da ABNT, e que garante uma eficiência superior, com economia, confiabilidade e segurança. Outro fator a destacar é que as novas lâmpadas fluorescentes utilizadas possuem maior índice de reprodução de cor quando comparadas com as anteriores, o que leva a ressaltar tonalidades e a própria reprodução das cores”, explica.

O bibliotecário José Eduardo Soares de Castro, da Unidade Técnica de Biblioteca e Documentação, localizada no 1º andar do edifício sede do Tribunal, admite ter ficado surpreso com a nova iluminação, “a luz trouxe um efeito de beleza que antes não percebíamos. A biblioteca também foi beneficiada pelas melhorias que estão sendo feitas no TCM, não só pela iluminação que deixou o ambiente bem mais claro, como também pela colocação de forro no teto, que trouxe um clima de mais aconchego e silêncio”.

Os serviços de modernização do sistema de iluminação do Tribunal já abrangeram os corredores do 1º andar e agora seguem no 3º andar, local onde os servidores já notam a diferença na qualidade da iluminação, “a luminosidade nos corredores ficou muito mais efetiva do que era no passado, espero que este benefício chegue também em nosso ambiente de trabalho”, declara Juvêncio Jesus Santana, do Escritório da Qualidade do TCM. Compartilha da mesma opinião a coordenadora chefe da Coordenadoria III, Marli de Fátima Avelino de Castilho, “se a melhoria que aconteceu nos corredores ocorrer em nossa área, vai nos beneficiar bastante, e isso fará com que a gente trabalhe melhor com certeza”,declara a servidora.

Um dos primeiros setores no 3º andar que tiveram seu sistema de iluminação reformulado foi a contabilidade, e a auxiliar de fiscalização do Tribunal, Patrícia de Araujo Medeiros Franzote, aprovou os serviços realizados, “esta nova iluminação nos corredores e nos setores melhorou muito o ambiente de trabalho, as pessoas passarão a ter menos dificuldade para enxergar”.

A supervisora da Unidade Técnica de Aposentadoria, Andreza Faucon Colombini Faganelli, ressaltou alguns aspectos propiciados pelas obras em andamento, “a modernização do Tribunal de Contas proporcionará um espaço seguro, adequado e moderno para a atuação de seus servidores, promovendo impactos significativos na qualidade de vida, com redução de gastos e respeito ao meio ambiente.”

Os serviços têm previsão de término para o final de Setembro e, para não atrapalhar o andamento das atividades dos funcionários do TCM, eles estão sendo executados em horário noturno, das 21h00 às 05h00, podendo também ser intensificados aos finais de semana.